sexta-feira, dezembro 13, 2013

Bracinho ou bom senso?

O que você pensaria se, num dia de chuva no trânsito, passasse um motorista com o braço para fora da janela, usando um daqueles rodinhos para remover a água do para-brisa, tudo isso com o limpador do carro ligado? EU pensaria que essa pessoa é louca. Então, e quanto àqueles motoristas que, para mudar de faixa, ligam a seta e acenam com o braço para fora do carro, como se estivessem pegando um ônibus? Não me peçam pra fazer nem façam isso quando eu estiver dirigindo. Sei que todo mundo faz isso, mas simplesmente não é normal, além de absolutamente desnecessário. De um modo geral, a suposta necessidade do "bracinho + seta" se resume a uma única coisa: falta de educação. Seja dos motoristas que não dão a vez para quem quer mudar de faixa, seja dos metidos a donos da rua, que se enfiam em qualquer espaço livre, e na hora de fazer uma curva estão do lado oposto da rua. Infelizmente, esse é apenas um dos muitos casos de falta de educação no trânsito, cada vez mais comuns, especialmente em cidades grandes. Tudo porque há um sem número de espertinhos que simplesmente não podem ficar para trás. Estão atrasados, mas esquecem que outras pessoas também têm horários para cumprir. E a ironia disso tudo é que, por mais que o aumento no número de carros circulando tenha piorado o trânsito, boa parte dessa piora resulta de atitudes egoístas das mesmas pessoas que se estressam, reclamam e, consequentemente, fazem mais idiotices nas ruas. Eu repito: não vou usar o “bracinho + seta”. Preciso acreditar que as pessoas são capazes de ter boa educação e bom senso. Do contrário, eu posso acabar ficando louco e aí sim, vai ter alguém na rua fazendo uso do limpador de para-brisa + rodinho.

sábado, julho 25, 2009

Falsa educação

A vida em sociedade traz algumas obrigações diárias desnecessárias, mas que, de tão comuns, não chegam a nos incomodar. Ontem um amigo me chamou a atenção para uma delas quando estávamos numa boate. Um segundo amigo cruzou com um conhecido e terminamos sendo todos apresentados antes de cada um seguir o seu caminho. A boa educação diz que isso é necessário, mas no fundo, de que me interessa ser apresentado ao irmão do cunhado da namorada do amigo do colega de trabalho de um amigo meu, quando eu sequer vou me lembrar do rosto dele algumas horas depois se nos batermos na fila do caixa? Salvo raras exceções, esses conhecidos de ocasião não vão mudar em nada nossa vida, mas ainda assim proclamamos um entusiástico “prazer em conhecê-lo” ao mesmo tempo em que deletamos o nome do fulano do cérebro. Fazemos coisa parecida até mesmo com conhecidos, que dirá com desconhecidos. É só ver o exemplo do fingido interesse que temos na vida dos outros quando nos encontramos por acaso na rua. Você pode estar super atrasado para uma reunião importantíssima, mas ainda assim pergunta se está tudo bem. E mesmo que estejamos na maior fossa, precisando desabafar, respondemos um “tudo ótimo” com um luminoso sorriso estampado no rosto, pois está mais do que claro que a pergunta foi retórica. É triste, mas é verdade. Ironicamente, as regras sociais de boa convivência são uma maneira de mascarar o fato de que não somos seres tão sociáveis assim. Temos nossas relações sinceras com amigos e parentes, mas é necessário expandir isso, mesmo que de maneira falsa, para o restante da população mundial. Da minha parte, preferia não ter que agir dessa forma em nome da simpatia. O que não é grande coisa, afinal, quem se importa com o que eu penso?

terça-feira, janeiro 20, 2009

Prostituição política

Esta época pós posse de prefeitos eleitos é um prato cheio para os que gostam de criticar e desmascarar os fanáticos políticos que passaram meses gritando a plenos pulmões as supostas qualidades de seus candidatos. Um curto período trabalhando num jornal de uma cidade do interior foi o suficiente para constatar que esse fanatismo se resume a nada mais que um belo “eu quero um emprego” vindo de pessoas que, enquanto houver esperança de angariar um cargo de confiança, vendem até a sua dignidade. Acompanhei o caso de dois desses fanáticos, que passaram toda a campanha, numa jornada diária e irritante, pintando seu candidato como a pessoa que representa a solução para todos os problemas da cidade, a pessoa perfeita, que finalmente foi mandada do Céu para dar um jeito na corrupta política brasileira. Após a posse, já vi os dois trocaram de posição e pensamento de um dia para o outro. Um porque ganhou um cargo de confiança e perdeu poucos dias depois. O outro, porque não ganhou o cargo de início, mas conseguiu logo depois. Ambos passaram de um extremo ao outro na opinião sobre o novo administrador, numa clara prova de que eles nada mais são do que um artigo de leilão. Ou, numa comparação melhor, um artigo de prostíbulo, pois os itens vendidos num leilão contam sempre com prestígio, diferente dos serviços descartáveis prestados pelas meretrizes. No meio disso tudo, duas pessoas terminam com um belo sorriso no rosto. A primeira é o novo prefeito, que conseguiu dar continuidade à velha prática de enganar, sem deixar de fora do pacote nem mesmo seus mais fiéis seguidores, mostrando que a política nacional continua a mesma de sempre. E a segunda sou eu, que não consigo conter o melhor pensamento do mundo em casos como esse: “Eu sabia!”

terça-feira, novembro 25, 2008

A culpa é de Chico

Em determinado momento da peça Os Saltimbancos, de Chico Buarque, um dos personagens solta essa: “Quando alguém não sabe fazer mais nada, mais nada mesmo, hoje em dia pode virar artista, músico. Hoje, todo mundo canta, como dizem aqueles que não sabem cantar”. A peça é do ano de 1977, mas mal sabia Chico que isso seria uma profecia do atual cenário musical. Hoje, a quantidade de ruídos auditivos que se autodenominam música é tão grande que já é quase normal ouvir pérolas como “tchuco, tchuco, tchuco gostoso” sem se ofender. Quase. Da minha parte, ainda considero esse tsunami de brega, pagode e funk como um câncer na indústria fonográfica nacional. Perdoem-me os fãs ardorosos dessas bandas, mas simplesmente não consigo aceitar como arte o trabalho delas. Primeiro pela falta de originalidade das suas errr... músicas. Os 50% que não são paródias toscas de canções internacionais de sucesso são de uma qualidade sofrível: vocalistas desafinados e esganiçados, coreografias inspiradas nas dançarinas do Faustão, arranjos feitos na base do teclado Casio para iniciantes, sem contar com as letras que, com muito esforço, conseguem ter a profundidade de um pires. Já se foi o tempo em que músicas desse tipo eram feitas abertamente como uma brincadeira (saudades dos Mamonas Assassinas...). Hoje, grupos com nomes que sequer valem a pena ser mencionados se levam a sério e são um sucesso nas rádios de todo o país, fazendo com que músicas de qualidade sejam oásis de perfume num deserto de fezes. É, talvez a culpa toda seja mesmo de Chico. Talvez ele devesse ter sido mais específico, deixando mais claro que o trecho citado acima era uma crítica, não um incentivo. Uma pancada de gente certamente viu Os Saltimbancos e fez da frase uma oração, numa prova de que têm tanto discernimento quanto talento.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Festas de fim de ano: Parte 2 - A festa da vã esperança

A segunda festa de fim de ano, não menos importante que a primeira, tem suas próprias peculiaridades para quem delas participa. A minha terminou sendo bastante inusitada, pois fui intimado a romper o ano no interior com familiares. Não estou reclamando, pelo contrário. Terminei me divertindo mais do que esperava. Em consoância (ou seria concorrência?) com o Natal, o Ano Novo também tem uma ceia caprichada. Na minha família não tem como ser diferente, pois parece haver uma disputa para ver quem dorme por último, e para agüentar o tranco, só enchendo com bastante comida a barriga que já está cheia de bebida. Azar de alguns, que comeram muito de algum prato de origem duvidosa. Foi engraçado no dia seguinte, todos trocando informações sobre quais pessoas de cada casa sofreram os efeitos. Acho que tive sorte. Minha poção da especiaria laxante foi bem pequena, mas ainda me rendeu uma ida desesperada ao banheiro. Outra coisa muito interessante do Ano Novo é ver como subitamente todos ficam amigos íntimos, desejando um ano maravilhoso, mas certamente não vão ter o interesse de acompanhar os 365 dias seguintes do semelhante. Mais uma vez devo dizer que isso não é uma crítica. Minha opinião é que é exatamente esse o espírito do Reveillon: começar o ano agindo de um modo, na esperança que esse modo se estenda até o próximo 31 de dezembro. Todos sabemos que raramente isso funciona, mas não custa tentar, não é? Só espero que a prática não dê certo para sentimentos contrários ao amor, porque se for o caso, posso esperar um 2007 cheio de brigas na minha família. Não poderia ser diferente, já que, para muitos, o primeiro dia do ano foi um pé de guerra para ver quem estava no direito de usar o banheiro antes do outro.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Festas de fim de ano: Parte 1 - A festa do fingimento

Ah, o Natal! Eu não poderia deixar uma das festas mais esperadas do ano passar despercebida por aqui. É lógico que eu estou bastante atrasado, uma vez que em várias outras páginas na net os votos de “Merry Christmas” e afins já pululam na tela em número maior que spams e propagandas indesejáveis. E ainda estou sendo simpático comigo mesmo, pois se contar com o calendário comercial, estou atrasado desde outubro. A cada ano que passa, vejo o Natal perder um pouco mais do seu verdadeiro significado. Hoje, para a grande maioria das pessoas, Natal é símbolo de exercitar o consumismo, que vai da compra de presentes à suntuosa ceia. E mais do que nunca, é preciso exercitar seu lado ator para não deixar o espírito natalino ir por água abaixo. Quem nunca forçou um lindo sorriso ao receber do seu amigo secreto um chaveiro de plástico, depois de ter dado de presente um DVD duplo importado dos Estados Unidos? Quem nunca fingiu deslumbramento quando o amigo pediu a opinião sobre a iluminação tosca que ele fez na varanda do seu apartamento? E quem nunca fingiu adorar a comida da ceia que esfriou depois de ficar catando no prato as passas, frutas cristalizadas ou outros ingredientes que brotam em todos os pratos da ceia? Vale tudo para ser simpático e não estragar os atuais costumes, quando o verdadeiro espírito natalino deveria se concentrar na celebração do nascimento de Cristo. Mas como não é assim que as coisas funcionam, o jeito é entrar de cabeça nos novos valores e investir em atividades como o preparo de um jantar faraônico que sem sombra de dúvida vai sobrar e, certamente, render até o meio de janeiro. E para não destoar do que tem que ser uma verdadeira mensagem: tenham todos um bom Natal!

quarta-feira, novembro 01, 2006

A sujeira das palavras combinadas

Depois de meses sem escrever nada aqui estou voltando ainda sob efeito da reflexão que o texto de um grande amigo me fez ter essa semana. O texto era basicamente sobre nada, e ficou excelente. Um belo tapa na cara de alguém que se propôs a deixar nesse blog algumas idéias rebuscadas. Vou aproveitar a deixa, mas sem seguir o exemplo, pois não confio no que sairia aqui se resolvesse fazer a mesma coisa. O que vou falar é justamente sobre minha negligência com esse espaço, o que não deixa de ser uma bela maneira de encher lingüiça para ter um novo post. Mas não devo ser mal compreendido. Apesar de saber que tempo é questão de prioridade e criatividade é inerente a qualquer um (e frases clichês de efeito como essa também), não vou ficar me fazendo de vítima arrumando mil e uma desculpas pela negligência com meu blog. Eu simplesmente não escrevi aqui e acabou. Durante esse tempo eu confesso que ainda tentei forçar alguma coisa, mas não é assim que essa atividade funciona. Quando se tem motivo e disposição para escrever, é possível criar pérolas capazes de apetecer qualquer leitor. Já recebi elogios por esse espaço, como se fosse extremamente original, e agradeço de verdade. Mas isso é algo que qualquer um pode fazer. Um exemplo? Os ditos “maus alunos” de colégio. Muitos revelam todo o seu potencial quando escrevem um recado desesperado para o professor no lugar da resposta que não sabem. Esse é um fato que me leva a crer em algo bem interessante. Se meu blog fosse uma obrigação, eu imagino que tipo de absurdos altamente elogiáveis teriam sido publicados aqui nos últimos meses. Exatamente como esse que estou acabando de finalizar com minha encheção de lingüiça apenas para completar as famigeradas 300 palavras.

sábado, julho 08, 2006

Guerra vertical

Eu já escrevi sobre fatos engraçados que acontecem quando se mora num prédio. O motivo era o uso do elevador. Agora vou escrever sobre fatos desagradáveis. O motivo são os vizinhos. Apesar de não ter convívio com nenhum deles, faço questão de ser simpático e os cumprimento sempre que cruzo com algum deles nas dependências do prédio ou na rua, mas determinadas situações me tiram do sério. Por exemplo, ainda agora eu estava aproveitando meu final de tarde de sábado para tirar um cochilo. Não foi possível, pois os vizinhos do andar de cima estão praticando algum ritual estranho que parece envolver jogar futebol no computador ao mesmo tempo em que se faz uma aula de sapateado. O resultado para quem está tentando dormir embaixo é perturbador e, levando em consideração que isso é uma prática comum da parte deles, hoje resolvi revidar. Enquanto escrevo isso, o home theater do meu quarto está tocando no volume máximo a trilha sonora do jogo Need for Speed Underground 2. Para quem não conhece, são 26 músicas entre rock e eletrônica, daquelas que fazem bastante barulho. E vou deixar o som rolando até as dez da noite em ponto. É triste ter que entrar nessa guerra vertical, principalmente quando lembro que meus vizinhos de baixo também devem estar sofrendo, mas nem sempre se joga limpo numa guerra. Nem sempre conseguimos atingir quem queremos, mas em alguma hora vai funcionar. Quem começou com a história toda terá um pouco do próprio remédio e talvez crie um pouco de consciência. Eu disse que ia escrever sobre fatos desagradáveis, mas acho que me precipitei. Afinal, não consigo conter um sorriso ao ver meu quarto tremer com o barulho e imaginar que o pessoal lá de cima ainda vai ter mais quatro horas de música pela frente.

quinta-feira, maio 18, 2006

Paixão nacional

A Copa do Mundo está chegando, e com ela vem todo aquele nacionalismo futebolístico exacerbado, o verde e amarelo toma conta das ruas e deixamos temporariamente de ser o País do Carnaval para ser o País do Futebol. Sinceramente, prefiro a primeira definição. Já comentei en passant o quanto detesto esse esporte, mas não há melhor hora para isso do que agora. Eu estaria mentindo se dissesse que não vejo jogos. Mas isso só acontece durante as Copas Mundiais, e ainda assim se não tiver nada mais interessante para fazer. A final da última Copa mesmo foi maravilhosa. Aconteceu de madrugada e eu nem me abalei da cama para assistir ao Brasil conquistando o Penta. Vou citar três motivos pelos quais não gosto de futebol. Um é que eu sou muito inquieto, e não tenho um mínimo de paciência para agüentar mais de uma hora e meia de um jogo que não tem quase nenhum clímax, às vezes nenhum, quando a partida acaba no zero a zero (o que já ouvi definirem como masturbação sem desfecho). O outro, é que não dá pra confiar num esporte quando este foi corrompido pelas grandes marcas anunciantes. Se não souberem do que estou falando, basta lembrar da palhaçada envolvendo a Nike na Final da Copa de 98, quando doparam de forma cavalar nosso principal artilheiro para dar à França a oportunidade de ser campeã em casa. E o terceiro é que os arredores dos estádios deixariam Dante com vergonha de sua Divina Comédia, tamanho o inferno que viram. Portanto, que me perdoem os milhares de fanáticos brasileiros, principalmente os que xingam e se descabelam durante os jogos, mas da minha parte, vou torcer para o Brasil continuar apenas com o título de país do Carnaval, ou adotar algum esporte menos sacal como paixão.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

A terceira lei de Newton

Alguns momentos na vida de uma pessoa podem ser considerados uma viagem para fora de si. Por melhor que seja a índole do ser humano, sempre existirá uma situação que despertará nele os mais vis pensamentos. A visão maniqueísta do mundo é uma ilusão e, mesmo que seja real, definitivamente não me encaixo nela. Apesar de ser bastante pacifista, tenho meus momentos de pessoa calculista e vingativa. Características de um psicopata? Talvez. Influência do meu signo? Que seja. Mas se manifeste aquele que nunca desejou ardentemente e colocou em prática uma revanche. Ser um escorpionino me deixa numa posição nem sempre agradável, para mim e para os outros. Como disse, sou pacifista, mas certas coisas que aprontam comigo despertam sentimentos que passam longe da negligência e do perdão. Em casos assim, esquecer ou desculpar está fora de cogitação, pelo menos até que eu me vingue. Portanto, a quem interessar possa (e isso não é algo para se alegrar), aqui vão alguns aspectos da retaliação escorpionina. Se preocupe com a vingança, mas não com a intensidade. Salvo raras exceções nossa tendência é dar o troco na mesma moeda. Nem mais nem menos. Fique certo de que vamos usar um cinismo fora do normal e apresentar, de uma forma ou de outra, os mesmos argumentos imbecis usados para tentar justificar o que quer que tenha sido feito contra nós. E o mais importante: não se iluda com a demora. Podemos esperar anos até aparecer a oportunidade certa de colocar em prática o que foi planejado. Talvez eu esteja falando apenas por mim, mas quanto aos planos, é certo que eles serão bem elaborados, afinal, para um escorpionino, nada dá mais prazer do que pensar na melhor forma de saborear por inteiro nosso prato frio. E não é de sushi que estou falando...

domingo, janeiro 01, 2006

Seqüelas do tempo

Constatar as mudanças oriundas da passagem do tempo nas pessoas é uma tarefa interessante se deixamos de lado a futilidade que cerca o aparecimento de rugas, queda de cabelo e outras questões físicas. As mudanças a que me refiro são pequenas nuances da personalidade, que abrangem modos de pensar, gostos e até hábitos. Esta semana estive reunido com minha família, e tive uma boa oportunidade de exercitar essa atividade. Começo pelo meu pai, que sempre foi avesso a questões tecnológicas. Um simples ato de receber e-mails era motivo de muito cenho franzido, mas qual não foi a minha surpresa quando ele insistiu em mostrar uma mensagem de Feliz Ano Novo erótica que ele já tinha encaminhado sem dificuldade para outras pessoas. Depois, minha mãe me deixou sem palavras quando me repreendeu por estar lendo. Logo ela, que foi quem mais me estimulou a ler quando eu era criança. Não sei porque, mas acho que tem a ver com o fato de eu ter “engolido” um livro de 700 páginas em quatro dias. Em seguida, vem meu irmão, que me atormentou durante toda a minha infância e adolescência, mas que tem se revelado uma pessoa bem fácil de se conviver, inclusive nos momentos ébrios do reveillon. E finalmente minha irmã, outrora uma ávida devoradora de manteiga pura, hoje alguém que tem calafrios quando vê comidas gordurosas. Esses são pequenos exemplos, mas a grande questão é que o velho ditado do macaco que olha para o rabo dos outros porque o seu é curto demais se encaixa bem nessa reflexão. Em outras palavras, é fácil ver o tipo de mudança que os outros sofrem, mas quais terão sido as que eu próprio sofri no passar dos anos? Essa é uma pergunta que eu deixo para a minha família seqüelada pelo tempo responder.

domingo, dezembro 11, 2005

Irritante solicitude

Ser surpreendido pela notícia de que acabou de ganhar alguma coisa sem fazer esforço nenhum para isso apetece a qualquer um, certo? Errado! Pelo menos quando a situação em questão envolve uma chamada telefônica com uma pessoa transbordando simpatia, o que deveria ser um momento de felicidade se transforma num grande tormento. Prática tão agradável quanto uma unha encravada, o telemarketing é um verdadeiro teste de paciência que ganha um séqüito de praticantes na mesma proporção que conquista a antipatia de quem recebe as irritantes ligações. Afinal, quem é que sente prazer em ouvir um enorme texto declamado roboticamente sobre as inúmeras vantagens supostamente oferecidas pelo serviço, sem ao menos ser perguntado se o mesmo é do seu interesse? Como se não bastasse, a recusa piora as coisas, pois desencadeia uma desesperada tentativa de adesão, que vem acompanhada de mais vantagens irrecusáveis. Apesar de abominar tal prática, é preciso dizer que não tenho nada contra os atendentes, pois sei que não lhes é dada outra opção além de insistir até o fim e ser o mais solícito possível, enquanto fala metodicamente como o computador vilão de 2001 – Uma Odisséia No Espaço. Na verdade, a irritação às vezes dá lugar à pena, afinal, as únicas opções válidas nessas situações são fazê-los perder vários minutos até o texto chegar ao fim, antes de dizer que não há interesse, ou abandonar a educação e partir para a grosseria. Particularmente, prefiro a segunda opção, pois além de poupar meu tempo e o do atendente, sempre é possível criar novas maneiras de fazer isso. É triste, mas não tem outro jeito. Vou continuar agindo assim, a menos que um dia eu receba uma ligação dizendo que ganhei na loteria. Quando acontecer, meu solícito atendente pode ter certeza que vai contar com a minha total atenção.

terça-feira, novembro 01, 2005

Nota de repúdio ao caos

Quando eu tinha dez anos, estava passando um sábado ótimo na piscina de um clube perto de casa, até minha mãe ligar para mim e, sem dar qualquer explicação, dizer para eu voltar para casa imediatamente. Fiquei chateado por ter que abandonar a diversão, mas obedeci. Quando cheguei, perguntei o que havia acontecido, e fiquei chocado quando ela respondeu que eu fechasse a porta do meu guarda-roupa e poderia voltar para o clube. Como a vítima de um seqüestro que defende seu algoz, hoje eu agradeço pela atitude da minha genitora. Entre ser um psicopata dono de museu (como sou chamado por alguns amigos), e um bagunceiro que é capaz de perder as chaves no próprio bolso, fico com a primeira opção. Desorganização é uma prática com a qual não sou nem um pouco conivente, mas sou obrigado a ver dentro de casa há um bom tempo. Eu moro com a rainha do caos (é, Miuí, vou falar de você de novo...), que diz ter melhorado bastante de uns meses pra cá. Eu até concordo que o quarto dela está relativamente transitável, mas para mensurar esse tipo de coisa, uso como referência o tanto de objetos dela que volta e meia “desaparecem”. Há sempre algum sumiço no calhamaço de contas espalhado na mesa dela e nos objetos pessoais distribuídos por toda a casa, entre outros. Não consigo entender qual é a dificuldade em ter um lugar certo para guardar coisas e arrumar o que acabou de ser usado. Não fazer isso só causa problemas, como atrasos por não encontrar o que procura na hora de sair (isso geralmente vem acompanhado de um extenso vocabulário de palavrões) e o gasto de várias horas em freqüentes arrumações que são obrigatórias quando a bagunça se torna insuportável. E ainda me chamam de psicopata...

terça-feira, outubro 11, 2005

Comendo o pão que os astros amassaram

Inferno astral. Um período perto do aniversário das pessoas, conhecido por provocar situações desagradáveis para quem apaga as velinhas. Alguns dizem que o inferno astral acontece quinze dias antes e quinze dias depois do aniversário. Outros consideram uma contagem nada animadora de dois meses de má sorte por ano. Seja como for, estou experimentando esse delicioso período de diversas formas, notadamente pelas constantes alterações de humor que tenho sofrido. Até pararia para contar o tempo do meu sofrimento e responder a dúvida supracitada, mas estou irritado demais para fazê-lo. Eu acho interessante essa coisa de astrologia. Adoro as nuances da minha personalidade escorpionina e a careta de desconfiança que grande parte das pessoas fazem quando digo meu signo. Apesar disso, não sou nenhum estudioso do assunto. Meu conhecimento é pouco e estou longe de poder e querer fazer um mapa astral. Mas se há algo irresistível é fazer comentários maliciosos sobre certos signos. Minhas vítimas mais freqüentes são os leoninos e taurinos. Respectivamente irritantes e histéricos (estereotipadamente falando), eles são meus objetos de estudo predileto. Como não deixar de reparar nas inumeráveis crises de ciúmes dos taurinos ou no auto-endeusamento dos leoninos? Estes últimos, por sinal, têm características em comum bastante incomuns, como a estranha mania de usar o mouse clicando bem mais que o necessário. Porém, se engana quem acha que eu repilo essas raças. Pelo contrário, minha irmã (que eu adoro) e alguns dos meus melhores amigos são desses signos. Falo isso baseado em anos de convivência alternando amor e ódio. Finalizando, só queria comentar que nem tudo referente aos signos faz sentido para mim. Afinal, não há nada mais frustrante que consultar horóscopos fajutos e ficar com cara de “hein?” ao ler algo do tipo “invista em finanças hoje, pois Júpiter e a Lua estão com você”.

terça-feira, setembro 20, 2005

Conceitos...

Existem características típicas do ser humano que fascinam estudiosos e leigos. Talvez a mais citada seja a capacidade de ter idéias, opiniões e gostos diferentes, a variedade de conceitos que desenvolvemos. Concordo, plenamente, mas em certos momentos essa também é nossa característica mais irritante. Quem nunca teve vontade de estrangular alguém que discorda veementemente do que acreditamos? O ditado diz que não se discute religião, política e futebol. Falando por mim, estou cansado de presenciar minha família bater boca sobre Deus, amigos se digladiarem em defesa de seus partidos e rivais se matarem durante jogos. Até aí tudo bem, pois assim como a diversidade, a teimosia é uma característica reinante no homo sapiens. Mas o que dizer de pessoas que têm conceitos claramente deturpados? Antes que me digam para não julgar as idéias alheias, aviso logo que não aceito a opinião de alguém que bate o pé para dizer que estabelecimento não é uma palavra comum. Sim, estou falando de alguém em particular. Mais especificamente do professor que, enquanto escrevo, está dando aula, insistindo em explicar para uma turma de futuros jornalistas a um ano da formatura a diferença entre negrito e itálico. Das duas uma: ou ele acredita que está lidando com uma turma de beócios, ou que foi contratado para dar aulas de informática para iniciantes. Como se não bastasse, nosso pernóstico mestre é do tipo que sequer ouve opiniões diferentes da dele, o que significa que vou ter que fazê-lo acreditar que concordo com seus conceitos desvairados acerca da produção de reportagens para passar. Sinceramente, não estou nem um pouco interessado em aprender o que ele quer ensinar. Se isso fizer de mim um profissional menos qualificado, que seja, mas definitivamente não confio no conceito de profissionalismo de uma universidade que contrata alguém como meu sábio professor.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Sobre Diegos e Diogos

Existem pessoas que não gostam do seu nome por ser muito comum e lamentam não poderem assinar de forma mais estilosa. O grupo oposto, por sua vez, venera sua graça, mas freqüentemente sofre por ter que soletrar quando precisa se identificar. Minha sina é fazer parte do meio termo, tendo um nome fácil de ser reconhecido, mas confundido amiúde. Não reclamo de forma alguma de me chamar Diego, mas cresci com um certo trauma por ter que corrigir um número significativo de gente que está certo que vou atender por Diogo. Não sou pretensioso a ponto de exigir que decorem meu nome assim que me conhecerem, mas imploro que, se o fizerem, tenham a bondade de decorar o nome certo, até porque não é difícil fazer uma associação. Os Diogos que me perdoem, mas o fato é que os Diegos levam vantagem nesse quesito, dado o número de homônimos famosos que nós temos, como São Diego, Diego de La Vega (o Zorro) e Diego Maradona. Aqui se faz necessário abrir um parêntesis. Façam a associação que acharem conveniente, mas nunca me chamem de nenhum desses personagens, principalmente o último citado. Alguns engraçadinhos acreditam realmente que eu aprecio ser comparado a um argentino (nacionalidade que não é a minha) jogador de futebol (esporte que não suporto) viciado em cocaína (substância que definitivamente não uso). Mas deixando isso de lado antes que eu seja taxado de “Diego, O Insuportável”, vou mudar de tópico e demonstrar solidariedade com minha irmã, que não só tem um nome incomum, mas também bastante confundido. O amor pelo seu querido Mirtza Muhlert se transforma em cólera toda vez que ela é chamada de Marisa Mulher ou Maritza Huhbert. Bem, poderia ser pior. Ela tem mais é que agradecer por Mirtza ser um nome russo, e não argentino...

sábado, agosto 27, 2005

Os donos do mundo

Quem nunca passou pela situação de estar numa fila e ser obrigado a engolir algum espertinho que chegou à enganosa conclusão de não ser um mortal qualquer e resolveu passar na frente? É uma pena constatar que nem todos estão dispostos a derrubar esses pretensos deuses de seus pedestais e cobrar sua vez, ou simplesmente a situação não permite, como filas no trânsito. Mas o fato é que esses donos do mundo estão espalhados por toda parte, cada um tendo plena certeza que pode sair destilando seu veneno. Outro dia fui com minha irmã numa loja ajudá-la a escolher uma camisola, quando recebemos a desagradável visita de um desses seres. Estava ao lado do provador, pacientemente (sério!) opinando sobre o que minha irmã vestia, quando ouço um “dá licença?” sem um grão de educação atrás de mim. Afastei e deixei a simpática senhora passar para o outro provador e ainda ouvi um “parece que não sabe que está numa loja feminina”. Quis rir da cara dela por sequer considerar a possibilidade de eu querer vê-la em trajes íntimos, mas resolvi devolver o afago, dizendo que não tinha visto na porta da loja a placa que proibisse minha entrada. Quem me conhece sabe bem o quanto eu fujo de brigas e discussões, mas se tem uma coisa que me tira do sério são esses mestres do universo. O melhor de tudo foi quando a vendedora, tão indignada quanto eu, apontou para algo ao meu lado. Agradeci com um sorriso, esperei a gentil dama sair do provador, passei por ela segurando uma peça de roupa bem à vista e desferi o golpe de misericórdia (misericórdia figurativamente falando, é claro): “Posso provar esse pijama masculino?”. Eu entrei no provador quase sob aplausos e ela saiu da loja quase engasgada com o próprio fel.

terça-feira, agosto 09, 2005

Em nome da simpatia

Não há nada como um bom evento social como casamentos ou formaturas para nos fazer fugir um pouco das badalações noturnas costumeiras. É lógico que nem sempre isso é uma coisa boa, tendo em vista que uma parcela das pessoas que vão para essas festas precisa colocar em prática todo o cinismo que aprendeu na vida, enquanto sorri o tempo inteiro e finge que acha divertido ser nada mais que uma platéia muda numa comemoração que não é sua. Devo dizer que, na maioria esmagadora das vezes, esse é o meu caso. Mas eventualmente, como na formatura de um amigo, que aconteceu no último fim de semana, eu acabo achando a festa incrivelmente divertida, mesmo que ela esteja recheada de aspectos que tanto abomino. Encabeçando a lista vem a convivência forçada com familiares que só encontramos nessas ocasiões, conhecidos de longe ou até mesmo desconhecidos que dividem a mesa conosco. Depois vem a falta de algo alcoólico interessante (whisky e vinho branco não se encaixam nessa categoria) para beber, a infeliz seleção de músicas que as orquestras quase sempre insistem em tocar e os sorrisos plásticos para fotos e filmagens, entre outras coisas. O que me faz achar uma festa assim legal é ter a companhia de alguém para conversar e rir bastante de tudo isso. Afinal, não há nada mais interessante do que observar e fazer comentários nada sutis sobre quem costuma passar a noite inteira vigiando o arranjo da mesa para, ao fim da festa, levá-lo para casa. Mas sempre há uma reviravolta para tudo na vida. Daqui a um ano e meio eu me formo, e então vai ser a minha vez de ficar do outro lado, promover uma festa e, infelizmente, fazer o desespero de outros como eu. Mal posso esperar para me tornar o carrasco.

segunda-feira, agosto 01, 2005

O ócio de cada dia

Essa vida de desempregado não está nada fácil. Depois de passar cerca de três anos trabalhando de segunda a sexta em horários desumanos (com vários domingos de labuta, diga-se de passagem), ficar sem ter o que fazer é um vazio enorme no que antes era uma cansativa, mas confortável rotina. Somando a isso as férias da faculdade o que se tem é um quadro de completo ócio nada criativo, mas que, confesso, está me fazendo dormir bem, como não dormia há um bom tempo. O tempo, por sinal, era algo que eu vivia reclamando que não tinha. Hoje é uma coisa tão banal que, em alguns dias, o que eu faço de mais produtivo é ler alguns capítulos de um livro. Estava conversando com minha irmã, e ela comentou que não há nada como um belo descanso quando se tem um dia-a-dia muito agitado. Certíssimo, eu respondi, mas a coisa se torna um pouco complicada se o período de descanso é indefinido. Já mandei currículo para um bocado de lugares, mas acho que não está funcionando. Talvez eu devesse parar de mandar em anexo bilhetes suplicantes com promessas de vassalagem. Mas tem uma coisa que está me fazendo ficar animado a respeito disso. Como ultimamente as coisas na minha vida vêm acontecendo sem meios termos, estou esperançoso de que a maré mude logo. Minhas aulas recomeçam nesta semana, e se tudo continuar acontecendo segundo as atuais regras, em breve eu estarei tão ocupado que vai ser difícil arranjar tempo até para ler aqueles dois capítulos diários de um livro qualquer. Por enquanto, só me resta tentar entender o que é que se passava na cabeça do infeliz que disse que tempo (algo que eu tenho de sobra) é dinheiro (algo que eu tenho uma vaga lembrança de como se parece).

quarta-feira, julho 27, 2005

"Sobe?"

Hoje aconteceu uma coisa comum, mas que não deixa de ser engraçada. Estava saindo de casa, e quando fui pegar o elevador, uma vizinha distraída que estava nele pensou que já tinha chegado ao térreo e fez menção de descer no meu andar, antes de constatar que não era o seu destino. Achei divertido, mas só para passar por situação semelhante quando estava voltando. Sabia que o elevador estava parando no meu andar, mas na hora que a porta abriu não reconheci imediatamente o corredor. Tinham uns homens fazendo algum serviço lá, e eles espalharam pelo pequeno espaço entre as portas dos apartamentos a porção de mata atlântica que meus vizinhos cultivam no que eles consideram um lindo jardim. Elevadores são locais onde esse tipo de situação acontece com freqüência, além de serem um ótimo espaço para fingirmos (com pouco sucesso, diga-se de passagem) educação. Há sempre um “bom dia” insosso ou uma conversa que interrompemos quando percebemos que não estamos sozinhos no pequeno cubículo. Por falar em estar sozinho, isso é outra coisa que merece um comentário. Em elevadores sem câmera, a imaginação rola solta para passar os poucos segundos da viagem, seguindo a criatividade de cada um: uma olhada sexy no espelho, um beijo no(a) namorado(a) ou a prática mais hedionda da era moderna, apertar todos os botões. Fico me perguntando se foi alguma dessas coisas que fez a vizinha citada acima se distrair. Mas dessas histórias de elevador, a clássica das clássicas é a daquelas pessoas que estão esperando o transporte no subsolo e que, ou por nervosismo claustrofóbico por estar prestes a entrar numa caixa de poucos metros quadrados, ou por falta de algo mais interessante para dizer, solta a pérola mais redundante do mundo quando a porta se abre: “Sobe?” Bem, se você conseguir descer...

terça-feira, julho 26, 2005

Blog, pra que isso?

Para começar, devo dizer que nunca fui muito com a cara dos blogs. Sempre pensei que se fosse para eu ter um diário virtual, certamente seria para pouquíssimas pessoas lerem, tendo acesso apenas a determinados trechos. Surge então a primeira pergunta: por que eu fiz um blog? A resposta é bastante simples. Na verdade eu não mudei de idéia, apenas não vou fazer o que condenei veementemente acima. Não pretendo escrever aqui toda e qualquer situação que acontece no meu dia-a-dia. Minha intenção é apenas colocar em palavras algumas idéias que surgem em determinados momentos e que quase sempre se perdem por falta de uma ação para registrá-las. Algumas com uma certa pitada de humor negro e sarcasmo, outras puramente reflexivas, e muitas delas provavelmente desinteressantes para o público em geral. Mas é lógico que não cabe a mim julgar isso. Num ditado carregado de pornografia que aprendi com minha avó, o gosto é comparável a um pequeno orifício monossilábico da nossa anatomia, ou seja, cada um tem o seu. Mas deixando o terceiro olho de lado, vou continuar com minha explicação. Depois de decidir fazer um blog, o passo seguinte foi arranjar uma situação ou motivo para começar o “querido diário”. Por várias vezes eu me empolguei com coisas que me aconteceram, pensando seriamente em dar início. Foi assim há três semanas, quando fui demitido (um começo pseudo-dramático); há duas semanas, quando fiz uma viagem ótima (um começo pseudo-divertido); e há uma semana, quando passei três dias mergulhado em filmes (um começo pseudo-interessante). O engraçado foi que depois de buscar incessantemente um motivo complexo, o que me fez tomar a iniciativa final e colocar minhas primeiras idéias em páginas virtuais foi justamente uma coisa bem simples com que qualquer pessoa se depara constantemente: um conselho. Certamente, um começo pseudo-criativo...