terça-feira, novembro 01, 2005

Nota de repúdio ao caos

Quando eu tinha dez anos, estava passando um sábado ótimo na piscina de um clube perto de casa, até minha mãe ligar para mim e, sem dar qualquer explicação, dizer para eu voltar para casa imediatamente. Fiquei chateado por ter que abandonar a diversão, mas obedeci. Quando cheguei, perguntei o que havia acontecido, e fiquei chocado quando ela respondeu que eu fechasse a porta do meu guarda-roupa e poderia voltar para o clube. Como a vítima de um seqüestro que defende seu algoz, hoje eu agradeço pela atitude da minha genitora. Entre ser um psicopata dono de museu (como sou chamado por alguns amigos), e um bagunceiro que é capaz de perder as chaves no próprio bolso, fico com a primeira opção. Desorganização é uma prática com a qual não sou nem um pouco conivente, mas sou obrigado a ver dentro de casa há um bom tempo. Eu moro com a rainha do caos (é, Miuí, vou falar de você de novo...), que diz ter melhorado bastante de uns meses pra cá. Eu até concordo que o quarto dela está relativamente transitável, mas para mensurar esse tipo de coisa, uso como referência o tanto de objetos dela que volta e meia “desaparecem”. Há sempre algum sumiço no calhamaço de contas espalhado na mesa dela e nos objetos pessoais distribuídos por toda a casa, entre outros. Não consigo entender qual é a dificuldade em ter um lugar certo para guardar coisas e arrumar o que acabou de ser usado. Não fazer isso só causa problemas, como atrasos por não encontrar o que procura na hora de sair (isso geralmente vem acompanhado de um extenso vocabulário de palavrões) e o gasto de várias horas em freqüentes arrumações que são obrigatórias quando a bagunça se torna insuportável. E ainda me chamam de psicopata...