terça-feira, janeiro 20, 2009
Prostituição política
Esta época pós posse de prefeitos eleitos é um prato cheio para os que gostam de criticar e desmascarar os fanáticos políticos que passaram meses gritando a plenos pulmões as supostas qualidades de seus candidatos. Um curto período trabalhando num jornal de uma cidade do interior foi o suficiente para constatar que esse fanatismo se resume a nada mais que um belo “eu quero um emprego” vindo de pessoas que, enquanto houver esperança de angariar um cargo de confiança, vendem até a sua dignidade. Acompanhei o caso de dois desses fanáticos, que passaram toda a campanha, numa jornada diária e irritante, pintando seu candidato como a pessoa que representa a solução para todos os problemas da cidade, a pessoa perfeita, que finalmente foi mandada do Céu para dar um jeito na corrupta política brasileira. Após a posse, já vi os dois trocaram de posição e pensamento de um dia para o outro. Um porque ganhou um cargo de confiança e perdeu poucos dias depois. O outro, porque não ganhou o cargo de início, mas conseguiu logo depois. Ambos passaram de um extremo ao outro na opinião sobre o novo administrador, numa clara prova de que eles nada mais são do que um artigo de leilão. Ou, numa comparação melhor, um artigo de prostíbulo, pois os itens vendidos num leilão contam sempre com prestígio, diferente dos serviços descartáveis prestados pelas meretrizes. No meio disso tudo, duas pessoas terminam com um belo sorriso no rosto. A primeira é o novo prefeito, que conseguiu dar continuidade à velha prática de enganar, sem deixar de fora do pacote nem mesmo seus mais fiéis seguidores, mostrando que a política nacional continua a mesma de sempre. E a segunda sou eu, que não consigo conter o melhor pensamento do mundo em casos como esse: “Eu sabia!”
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