quarta-feira, julho 27, 2005
"Sobe?"
Hoje aconteceu uma coisa comum, mas que não deixa de ser engraçada. Estava saindo de casa, e quando fui pegar o elevador, uma vizinha distraída que estava nele pensou que já tinha chegado ao térreo e fez menção de descer no meu andar, antes de constatar que não era o seu destino. Achei divertido, mas só para passar por situação semelhante quando estava voltando. Sabia que o elevador estava parando no meu andar, mas na hora que a porta abriu não reconheci imediatamente o corredor. Tinham uns homens fazendo algum serviço lá, e eles espalharam pelo pequeno espaço entre as portas dos apartamentos a porção de mata atlântica que meus vizinhos cultivam no que eles consideram um lindo jardim. Elevadores são locais onde esse tipo de situação acontece com freqüência, além de serem um ótimo espaço para fingirmos (com pouco sucesso, diga-se de passagem) educação. Há sempre um “bom dia” insosso ou uma conversa que interrompemos quando percebemos que não estamos sozinhos no pequeno cubículo. Por falar em estar sozinho, isso é outra coisa que merece um comentário. Em elevadores sem câmera, a imaginação rola solta para passar os poucos segundos da viagem, seguindo a criatividade de cada um: uma olhada sexy no espelho, um beijo no(a) namorado(a) ou a prática mais hedionda da era moderna, apertar todos os botões. Fico me perguntando se foi alguma dessas coisas que fez a vizinha citada acima se distrair. Mas dessas histórias de elevador, a clássica das clássicas é a daquelas pessoas que estão esperando o transporte no subsolo e que, ou por nervosismo claustrofóbico por estar prestes a entrar numa caixa de poucos metros quadrados, ou por falta de algo mais interessante para dizer, solta a pérola mais redundante do mundo quando a porta se abre: “Sobe?” Bem, se você conseguir descer...
terça-feira, julho 26, 2005
Blog, pra que isso?
Para começar, devo dizer que nunca fui muito com a cara dos blogs. Sempre pensei que se fosse para eu ter um diário virtual, certamente seria para pouquíssimas pessoas lerem, tendo acesso apenas a determinados trechos. Surge então a primeira pergunta: por que eu fiz um blog? A resposta é bastante simples. Na verdade eu não mudei de idéia, apenas não vou fazer o que condenei veementemente acima. Não pretendo escrever aqui toda e qualquer situação que acontece no meu dia-a-dia. Minha intenção é apenas colocar em palavras algumas idéias que surgem em determinados momentos e que quase sempre se perdem por falta de uma ação para registrá-las. Algumas com uma certa pitada de humor negro e sarcasmo, outras puramente reflexivas, e muitas delas provavelmente desinteressantes para o público em geral. Mas é lógico que não cabe a mim julgar isso. Num ditado carregado de pornografia que aprendi com minha avó, o gosto é comparável a um pequeno orifício monossilábico da nossa anatomia, ou seja, cada um tem o seu. Mas deixando o terceiro olho de lado, vou continuar com minha explicação. Depois de decidir fazer um blog, o passo seguinte foi arranjar uma situação ou motivo para começar o “querido diário”. Por várias vezes eu me empolguei com coisas que me aconteceram, pensando seriamente em dar início. Foi assim há três semanas, quando fui demitido (um começo pseudo-dramático); há duas semanas, quando fiz uma viagem ótima (um começo pseudo-divertido); e há uma semana, quando passei três dias mergulhado em filmes (um começo pseudo-interessante). O engraçado foi que depois de buscar incessantemente um motivo complexo, o que me fez tomar a iniciativa final e colocar minhas primeiras idéias em páginas virtuais foi justamente uma coisa bem simples com que qualquer pessoa se depara constantemente: um conselho. Certamente, um começo pseudo-criativo...
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